segunda-feira, 5 de março de 2007
Sanjukta se recusa a deixar a escola
Quando Sanjukta foi eleita 'presidente' do parlamento infantil da escola, ela não contou nada em casa. A mãe só quer que ela saia da escola e comece a trabalhar. Os pais de Sanjukta trabalham em diferentes construções. Eles cavam, carregam tijolos e misturam cimento sete dias por semana. Há três anos, a mãe de Sanjukta implica com ela e diz que ela deveria ir com eles. – Saia da escola e comece a ganhar dinheiro para a família, grita a mãe. Sanjukta se recusa e, de vez em quando, a mãe fica tão brava que bate nela. Isso é injusto. – Meus irmãos têm permissão para ir à escola! – É diferente para os meninos, diz a mãe. Ela própria não sabe nem ler e nem escrever. A professora de Sanjukta tentou argumentar com ela. – Você não quer que sua filha aprenda mais e tenha melhores oportunidades na vida do que você? Porém, a mãe é teimosa, ela acha que educação para meninas é um desperdício. O pai sabe ler e escrever um pouco e não tem nada contra o fato dela freqüentar a escola. Entretanto, ele não se envolve na discussão. Acorda às quatro da manhã Como Sanjukta é a única menina da família, ela tem que cuidar de todos os afazeres domésticos enquanto os pais trabalham. Ela limpa, lava roupa, busca água, cozinha e toma conta dos irmãos menores. Seus quatro irmãos nunca ajudam. – Isso é coisa de menina, dizem eles, e os pais concordam. Às quatro da manhã, Sanjukta levanta e busca água. A Ruchika construiu bombas na favela para que as crianças não adoeçam devido à água suja. Sanjukta vê meninas e mulheres vindo de todas as direções com baldes e panelas. Quando volta, Sanjukta acende o fogo para a mãe fazer o café da manhã. Depois, ela limpa o chão e o jardim enquanto os irmãos e o pai começam a despertar para a vida.
Crianças.
Trabalho: Mendigar. Ganha: R$ 1 a R$ 2 por dia. Vem de: Bolanpur. Gosta de: Escola. “No meu quinto aniversário, eu caí no fogo onde minha mãe cozinhava. Minha blusa de nylon pegou fogo. Eu tive queimaduras graves e fiquei internado no hospital por seis anos. Meus pais achavam que eu devia ficar lá para sempre, pois eu comia de graça e nós somos muito pobres. Meu pai é alcoólatra e costumava me bater. Por isso fugi de casa. Agora, faz três anos que eu moro sozinho na estação e me sustento mendigando. As pessoas ficam com pena de mim quando vêem minhas queimaduras. Às vezes, ajudo em um café e recebo um pouco de comida em troca. Eu freqüento a escola aberta de plataforma da Ruchika. Minha professora disse que vai me ajudar a conseguir um trabalho mais estável. Espero que sim'.
Escola sobre rodas
Escola sobre rodas.
– A escola está chegando! A escola está chegando! As crianças que trabalham na rua gritam umas para as outras ao verem seu professor lutar com os pedais na subida. Ele vem com a escola sobre rodas. A escola sobre rodas é a invenção de Inderjit para levar a escola às crianças que vivem e trabalham nas ruas. É muito simples, uma caixa de madeira enorme presa a uma bicicleta. Nas laterais há quadros negros e dentro da caixa se encontra todo o material necessário para o trabalho escolar. Sankar, 10, chega quando o professor estaciona perto de uma cerca. Ele e as outras crianças ajudam o professor a tirar livros, quadros de anotações e giz da caixa. Sankar vive em um vilarejo distante da cidade de Bhubaneswar, mas, no momento, ele mora na rua com seus pais. Eles trabalham trançando cestas e o pai toca bateria em uma banda de casamento. Às vezes Sankar pode ir junto ao casamento. Sankar começou a frequentar a escola sobre rodas há dois anos. Foi a primeira vez que ele teve a chance de aprender a ler e escrever. A família se muda com muita freqüência, do vilarejo para a cidade e vice-versa. E não havia escola na rua. Foi exatamente por isso que a escola sobre rodas foi criada. Primeiro, Inderjit queria construir escolas de verdade, porém, as crianças desta região moravam muito distantes umas das outras. Muitas teriam que percorrer um caminho longo até a escola e não se pode construir um edifício escolar para cinco ou dez crianças. Uma escola sobre rodas foi a solução perfeita. Sankar aprendeu a escrever o alfabeto inteiro e todos os numerais. Suas matérias preferidas são matemática e ciências. Ele gosta de aprender coisas novas. Outra vantagem da escola é que o professor serve o almoço.
Escola sobre rodas.
– A escola está chegando! A escola está chegando! As crianças que trabalham na rua gritam umas para as outras ao verem seu professor lutar com os pedais na subida. Ele vem com a escola sobre rodas. A escola sobre rodas é a invenção de Inderjit para levar a escola às crianças que vivem e trabalham nas ruas. É muito simples, uma caixa de madeira enorme presa a uma bicicleta. Nas laterais há quadros negros e dentro da caixa se encontra todo o material necessário para o trabalho escolar. Sankar, 10, chega quando o professor estaciona perto de uma cerca. Ele e as outras crianças ajudam o professor a tirar livros, quadros de anotações e giz da caixa. Sankar vive em um vilarejo distante da cidade de Bhubaneswar, mas, no momento, ele mora na rua com seus pais. Eles trabalham trançando cestas e o pai toca bateria em uma banda de casamento. Às vezes Sankar pode ir junto ao casamento. Sankar começou a frequentar a escola sobre rodas há dois anos. Foi a primeira vez que ele teve a chance de aprender a ler e escrever. A família se muda com muita freqüência, do vilarejo para a cidade e vice-versa. E não havia escola na rua. Foi exatamente por isso que a escola sobre rodas foi criada. Primeiro, Inderjit queria construir escolas de verdade, porém, as crianças desta região moravam muito distantes umas das outras. Muitas teriam que percorrer um caminho longo até a escola e não se pode construir um edifício escolar para cinco ou dez crianças. Uma escola sobre rodas foi a solução perfeita. Sankar aprendeu a escrever o alfabeto inteiro e todos os numerais. Suas matérias preferidas são matemática e ciências. Ele gosta de aprender coisas novas. Outra vantagem da escola é que o professor serve o almoço.
Um dia na estação ferroviária
05.30 Escovação com vareta As crianças da estação escovam os dentes com varetas de amargosa. Ranjan e seus amigos compram as varetas por alguns centavos na estação.
06.00 Horário de pico matutino A estação começa a se encher de pessoas a caminho do trabalho. Raja, 8, está pronto para começar a pedir esmola aos passageiros. – Visto minhas roupas mais rasgadas e velhas, assim ganho mais. Em um dia, consigo ganhar dois reais. Dou o dinheiro à minha mãe. Os estrangeiros dão mais, mas peço esmola a todas as pessoas. Alguns gritam e xingam. Aí eu caio fora. Há muitas crianças mendigando e às vezes brigamos. Porém, sempre voltamos a ser amigos.
07.00 Amor de irmãos Mais crianças da favela próxima ao trilho do trem começam a chegar à estação. Muitas trazem os irmãos menores. Eles não podem ficar sozinhos em casa quando os pais estão trabalhando, portanto, têm que acompanhar o irmão ou irmã mais velhos ao trabalho ou à escola.
08.00 Início da escola de plataforma A multidão de pessoas diminui na estação – a maioria já chegou ao trabalho a essa hora. Assim, as crianças que ali trabalham também podem fazer uma pausa e ir para a primeira aula na escola de plataforma.
09.30 Luta de tigre As crianças fizeram máscaras divertidas e assustadoras com papel machê. Aqui um tigre briga com um Deus poderoso. As outras crianças torcem.