
Hoje, Giri tem 15 anos e é o melhor aluno bolsista em uma escola do governo. Ele mora em um orfanato administrado por Inderjit Khurana e sua organização, a Ruchika. Também foi Inderjit que iniciou a escola de plataforma e mudou a vida de Giri. Tudo começou há 20 anos. Inderjit tinha uma escola particular para crianças ricas em Bhubaneswar. Às vezes ela via crianças pobres paradas diante do portão da escola. Elas estavam sujas e vestiam trapos, mas olhavam com veemência os alunos de uniformes limpos e bem cuidados que brincavam no pátio. Elas próprias não tinham nem condições financeiras e nem tempo de ir à escola. Quando Inderjit pegava o trem na Estação Central, ela encontrava ainda mais crianças em idade escolar. – Por que você não está na escola, perguntou Inderjit a um garotinho que esfregava o chão em seu vagão. – Meu pai morreu e minha mãe não consegue se sustentar sem minha ajuda, explicou o menino. Inderjit sabia que muitos tentavam ajudar crianças pobres na Índia. Entretanto, a ajuda não alcançava as crianças mais pobres da estação. Elas têm que se adequar aos horários dos trens para sobreviver. No horário de pico e quando os grandes trens expressos chegam, as estações se enchem de pessoas. E nessas horas há dinheiro a ser ganho. Todas as crianças têm direito à educação, pensou Inderjit. Mas como essas crianças vão poder ir à escola? Ela só conseguiu encontrar uma solução: – Se as crianças não podem ir à escola, temos que levar a escola até elas. Preciso abrir uma escola na estação! 'Elas são sujas' Quando Inderjit contou sua idéia para a família, colegas de trabalho e amigos, eles ficaram assustados. – Não vá para a estação ferroviária, é perigosa e suja, disseram eles. Crianças de rua brigam e roubam! Elas podem lhe contaminar com doenças perigosas! No entanto, Inderjit estava decidida. Uma manhã, ela encheu duas sacolas de livros de figuras, brinquedos e giz e saiu. Apenas um dos professores de sua escola ousou ir junto. Inderjit desembrulhou suas coisas na plataforma e esperou nervosa. Um garotinho a observava curioso e cheio de desconfiança. – Você quer aprender a ler, chamou Indjerit. Depois de algum tempo, ele tomou coragem e foi até ela e a aula começou.
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