segunda-feira, 5 de março de 2007

Sanjukta se recusa a deixar a escola

Sanjukta se recusa a deixar a escola
Quando Sanjukta foi eleita 'presidente' do parlamento infantil da escola, ela não contou nada em casa. A mãe só quer que ela saia da escola e comece a trabalhar. Os pais de Sanjukta trabalham em diferentes construções. Eles cavam, carregam tijolos e misturam cimento sete dias por semana. Há três anos, a mãe de Sanjukta implica com ela e diz que ela deveria ir com eles. – Saia da escola e comece a ganhar dinheiro para a família, grita a mãe. Sanjukta se recusa e, de vez em quando, a mãe fica tão brava que bate nela. Isso é injusto. – Meus irmãos têm permissão para ir à escola! – É diferente para os meninos, diz a mãe. Ela própria não sabe nem ler e nem escrever. A professora de Sanjukta tentou argumentar com ela. – Você não quer que sua filha aprenda mais e tenha melhores oportunidades na vida do que você? Porém, a mãe é teimosa, ela acha que educação para meninas é um desperdício. O pai sabe ler e escrever um pouco e não tem nada contra o fato dela freqüentar a escola. Entretanto, ele não se envolve na discussão. Acorda às quatro da manhã Como Sanjukta é a única menina da família, ela tem que cuidar de todos os afazeres domésticos enquanto os pais trabalham. Ela limpa, lava roupa, busca água, cozinha e toma conta dos irmãos menores. Seus quatro irmãos nunca ajudam. – Isso é coisa de menina, dizem eles, e os pais concordam. Às quatro da manhã, Sanjukta levanta e busca água. A Ruchika construiu bombas na favela para que as crianças não adoeçam devido à água suja. Sanjukta vê meninas e mulheres vindo de todas as direções com baldes e panelas. Quando volta, Sanjukta acende o fogo para a mãe fazer o café da manhã. Depois, ela limpa o chão e o jardim enquanto os irmãos e o pai começam a despertar para a vida.

Crianças.

Sanjukta, 12Gosta de: Escola. Quer ser: Professora. Admira: Minha professora e 'Mãe' (Inderjit Khurana) Música: Canções religiosas. Canções escolares. Livros: Mitos e estórias de Orissa. Deus preferido: Lord Jagannath
Mendigo Bira Reddy, 14
Trabalho: Mendigar. Ganha: R$ 1 a R$ 2 por dia. Vem de: Bolanpur. Gosta de: Escola. “No meu quinto aniversário, eu caí no fogo onde minha mãe cozinhava. Minha blusa de nylon pegou fogo. Eu tive queimaduras graves e fiquei internado no hospital por seis anos. Meus pais achavam que eu devia ficar lá para sempre, pois eu comia de graça e nós somos muito pobres. Meu pai é alcoólatra e costumava me bater. Por isso fugi de casa. Agora, faz três anos que eu moro sozinho na estação e me sustento mendigando. As pessoas ficam com pena de mim quando vêem minhas queimaduras. Às vezes, ajudo em um café e recebo um pouco de comida em troca. Eu freqüento a escola aberta de plataforma da Ruchika. Minha professora disse que vai me ajudar a conseguir um trabalho mais estável. Espero que sim'.


Sankar 10 anos


Swopna, 12 Gosta de: Escola. Brincar e jogar kerem. Ator favorito: Shah Rukh Khan Não gosta de: Adultos que batem em crianças. Quer ser: Policial, para ajudar crianças que trabalham como escravas.



Rama, 12 Gosta de: Brincar. Desenhar. Não gosta de: Quando não tenho dinheiro para comer. Fica triste: Quando minha mãe bebe demais. Ama: Minha mãe. Admira: 'Mãe', (Inderjit Khurana) Sonho: Viajar para outro país. Quer ser: Professora.



Escola sobre rodas


– A escola está chegando! A escola está chegando! As crianças que trabalham na rua gritam umas para as outras ao verem seu professor lutar com os pedais na subida. Ele vem com a escola sobre rodas. A escola sobre rodas é a invenção de Inderjit para levar a escola às crianças que vivem e trabalham nas ruas. É muito simples, uma caixa de madeira enorme presa a uma bicicleta. Nas laterais há quadros negros e dentro da caixa se encontra todo o material necessário para o trabalho escolar. Sankar, 10, chega quando o professor estaciona perto de uma cerca. Ele e as outras crianças ajudam o professor a tirar livros, quadros de anotações e giz da caixa. Sankar vive em um vilarejo distante da cidade de Bhubaneswar, mas, no momento, ele mora na rua com seus pais. Eles trabalham trançando cestas e o pai toca bateria em uma banda de casamento. Às vezes Sankar pode ir junto ao casamento. Sankar começou a frequentar a escola sobre rodas há dois anos. Foi a primeira vez que ele teve a chance de aprender a ler e escrever. A família se muda com muita freqüência, do vilarejo para a cidade e vice-versa. E não havia escola na rua. Foi exatamente por isso que a escola sobre rodas foi criada. Primeiro, Inderjit queria construir escolas de verdade, porém, as crianças desta região moravam muito distantes umas das outras. Muitas teriam que percorrer um caminho longo até a escola e não se pode construir um edifício escolar para cinco ou dez crianças. Uma escola sobre rodas foi a solução perfeita. Sankar aprendeu a escrever o alfabeto inteiro e todos os numerais. Suas matérias preferidas são matemática e ciências. Ele gosta de aprender coisas novas. Outra vantagem da escola é que o professor serve o almoço.

Escola sobre rodas.


– A escola está chegando! A escola está chegando! As crianças que trabalham na rua gritam umas para as outras ao verem seu professor lutar com os pedais na subida. Ele vem com a escola sobre rodas. A escola sobre rodas é a invenção de Inderjit para levar a escola às crianças que vivem e trabalham nas ruas. É muito simples, uma caixa de madeira enorme presa a uma bicicleta. Nas laterais há quadros negros e dentro da caixa se encontra todo o material necessário para o trabalho escolar. Sankar, 10, chega quando o professor estaciona perto de uma cerca. Ele e as outras crianças ajudam o professor a tirar livros, quadros de anotações e giz da caixa. Sankar vive em um vilarejo distante da cidade de Bhubaneswar, mas, no momento, ele mora na rua com seus pais. Eles trabalham trançando cestas e o pai toca bateria em uma banda de casamento. Às vezes Sankar pode ir junto ao casamento. Sankar começou a frequentar a escola sobre rodas há dois anos. Foi a primeira vez que ele teve a chance de aprender a ler e escrever. A família se muda com muita freqüência, do vilarejo para a cidade e vice-versa. E não havia escola na rua. Foi exatamente por isso que a escola sobre rodas foi criada. Primeiro, Inderjit queria construir escolas de verdade, porém, as crianças desta região moravam muito distantes umas das outras. Muitas teriam que percorrer um caminho longo até a escola e não se pode construir um edifício escolar para cinco ou dez crianças. Uma escola sobre rodas foi a solução perfeita. Sankar aprendeu a escrever o alfabeto inteiro e todos os numerais. Suas matérias preferidas são matemática e ciências. Ele gosta de aprender coisas novas. Outra vantagem da escola é que o professor serve o almoço.

Escola sobre rodas.


– A escola está chegando! A escola está chegando! As crianças que trabalham na rua gritam umas para as outras ao verem seu professor lutar com os pedais na subida. Ele vem com a escola sobre rodas. A escola sobre rodas é a invenção de Inderjit para levar a escola às crianças que vivem e trabalham nas ruas. É muito simples, uma caixa de madeira enorme presa a uma bicicleta. Nas laterais há quadros negros e dentro da caixa se encontra todo o material necessário para o trabalho escolar. Sankar, 10, chega quando o professor estaciona perto de uma cerca. Ele e as outras crianças ajudam o professor a tirar livros, quadros de anotações e giz da caixa. Sankar vive em um vilarejo distante da cidade de Bhubaneswar, mas, no momento, ele mora na rua com seus pais. Eles trabalham trançando cestas e o pai toca bateria em uma banda de casamento. Às vezes Sankar pode ir junto ao casamento. Sankar começou a frequentar a escola sobre rodas há dois anos. Foi a primeira vez que ele teve a chance de aprender a ler e escrever. A família se muda com muita freqüência, do vilarejo para a cidade e vice-versa. E não havia escola na rua. Foi exatamente por isso que a escola sobre rodas foi criada. Primeiro, Inderjit queria construir escolas de verdade, porém, as crianças desta região moravam muito distantes umas das outras. Muitas teriam que percorrer um caminho longo até a escola e não se pode construir um edifício escolar para cinco ou dez crianças. Uma escola sobre rodas foi a solução perfeita. Sankar aprendeu a escrever o alfabeto inteiro e todos os numerais. Suas matérias preferidas são matemática e ciências. Ele gosta de aprender coisas novas. Outra vantagem da escola é que o professor serve o almoço.

Um dia na estação ferroviária















Na estação, raramente é calmo e silencioso. No entanto, quando Ranjan, 12, acorda, ao raiar o dia, o tráfego apressado ainda não começou.






05.30 Escovação com vareta As crianças da estação escovam os dentes com varetas de amargosa. Ranjan e seus amigos compram as varetas por alguns centavos na estação.

06.00 Horário de pico matutino A estação começa a se encher de pessoas a caminho do trabalho. Raja, 8, está pronto para começar a pedir esmola aos passageiros. – Visto minhas roupas mais rasgadas e velhas, assim ganho mais. Em um dia, consigo ganhar dois reais. Dou o dinheiro à minha mãe. Os estrangeiros dão mais, mas peço esmola a todas as pessoas. Alguns gritam e xingam. Aí eu caio fora. Há muitas crianças mendigando e às vezes brigamos. Porém, sempre voltamos a ser amigos.


07.00 Amor de irmãos Mais crianças da favela próxima ao trilho do trem começam a chegar à estação. Muitas trazem os irmãos menores. Eles não podem ficar sozinhos em casa quando os pais estão trabalhando, portanto, têm que acompanhar o irmão ou irmã mais velhos ao trabalho ou à escola.


08.00 Início da escola de plataforma A multidão de pessoas diminui na estação – a maioria já chegou ao trabalho a essa hora. Assim, as crianças que ali trabalham também podem fazer uma pausa e ir para a primeira aula na escola de plataforma.


09.30 Luta de tigre As crianças fizeram máscaras divertidas e assustadoras com papel machê. Aqui um tigre briga com um Deus poderoso. As outras crianças torcem.

Guarda-roupa de Rama

Rama, 12, não veste suas melhores roupas quando corre para a estação pela manhã. As crianças logo ficam sujas e empoeiradas na plataforma, portanto não faz nenhum sentido se arrumarem. Rama mora com a mãe e duas irmãs mais novas em uma pequena barraca perto do trilho do trem. – Meu pai morreu e minha mãe tem uma grave doença pulmonar. Ela é muito frágil, diz Rama. Por isso, sou eu que trabalho mais. Também recebemos um pouco de dinheiro e alimentos da Ruchika todo mês. Rama tem três irmãs mais velhas, mas elas se mudaram. Por isso, ela tem que cuidar da casa e tomar conta das irmãs menores. – Estou sempre preocupada, porque moramos muito perto da estação. Imagine se uma das minhas irmãs cai na frente de um trem? Eu as levo para a escola de plataforma todos os dias. Quero que elas tenham uma vida melhor que a minha. Rama começou a mendigar quando tinha cinco anos. Antes de sua mãe ficar doente, ela trabalhava batendo de porta em porta trocando artigos de metal, como panelas, por roupas usadas. – Esse é o trabalho de nossa família, explica Rama. Minha mãe consertava as roupas e as vendia. – Nunca compro roupas para mim, mas às vezes economizo e compro um sari usado para minha mãe. Quando meu pai era vivo, ele costumava sair com ela para comprar roupas. Agora ela está tão doente que nem mesmo consegue sair para fazer compras. – Os professores e Inderjit Khurana às vezes tentam convencer Rama a se mudar para o lar infantil. Eles acham que sua vida na estação é dura demais. Entretanto, Rama não quer deixar a mãe sozinha. – Meu sonho é estudar, conseguir um emprego de verdade e poder comprar uma casa melhor para minha família. Porém é difícil planejar o futuro. Primeiro, eu tenho que pensar num modo de conseguir dinheiro para a próxima refeição.

O que é a escola de plataforma?

Na escola de plataforma de Bijay, que fica aberta toda manhã, os professores geralmente usam figuras, músicas, teatros de bonecos e brincadeiras. Inderjit Khurana, que abriu a primeira escola de plataforma há 21 anos, acha que para aprender é preciso ter prazer. O objetivo é oferecer às crianças uma educação básica e melhorar sua auto-estima. Aqueles querem estudar mais, recebem ajuda para encontrar vaga nas escolas do governo, quando já dispõem de conhecimentos básicos suficientes.

Bijay estuda na plataforma.

O apito do trem é tão alto que Bijay precisa tapar os ouvidos. Quando o trem deixa a estação, ele corre para a escola de plataforma, para a primeira aula do dia. Bijay trabalha como engraxate na principal estação ferroviária de Bhubaneswar. O dia todo ele aborda passageiros com sapatos empoeirados e sujos nas plataformas e nos vagões dos trens. Todos os engraxates da estação têm um acordo de nunca aceitar menos de R$0,30 pela engraxadela. Ele tem que ganhar o máximo possível num curto espaço de tempo. Senão, a mãe o obriga a deixar a escola. Escreve no concreto Quando Bijay chega à escola de plataforma, muitas crianças já estão reunidas. Os professores mostram figuras que eles mesmos desenharam e as crianças advinham as palavras e praticam ortografia. Bijay pratica escrevendo letras em seu quadro. – “Está muito bonito, Bijay', elogia o professor. Nesta classe não há nem carteiras escolares e nem quadro negro. As crianças se sentam no chão. Às vezes elas e seus professores escrevem direto no concreto da plataforma com giz. No entanto, Bijay, que foi à escola por muitos anos, gosta e consegue aprender muito nesse tempo curto. O que ele mais gosta é quando a classe pode cantar, dançar e brincar. O dia de aula termina com uma refeição simples. Para algumas das crianças, essa é a única alimentação do dia. Depois da escola, Bijay consegue atender mais alguns clientes antes de correr pra casa e ajudar a avó com o almoço. Ele mora em uma favela, bem perto da estação. Quase todos os homens que moram ali trabalham com couro. Eles fabricam, consertam e engraxam sapatos. O pai de Bijay também fazia isso, antes de beber até a morte.

De trem pela Índia


Apesar de Balaram Chowdhuri ter apenas 10 anos, ele já viajou sozinho de trem por toda a Índia. Ele fugiu de casa porque a mãe o espancava. Aos seis anos,ele já era um viajante acostumado a longas distâncias. Tenho muitas lembranças ruins de cidades das quais não gosto. Mas Mumbai é minha cidade favorita, conta Balaram. Eu morei lá durante algumas semanas em um lar infantil próximo à estação. Um dia, recebemos a visita de um famoso astro do cinema indiano, Sunni Deol. Ele nos deu roupas e pudemos cumprimentá-lo. Muitas crianças sozinhas e abandonadas viajam de trem pela Índia e trabalham, exatamente como Balaram fazia. – Freqüentemente, eu viajava com um grupo de amigos, diz ele. Nós cuidávamos uns dos outros e ajudávamos crianças recém chegadas. Eu limpava os vagões do trem para ganhar dinheiro. Às vezes dormíamos no trem noturno, debaixo dos assentos, outras vezes nas estações. Em algumas cidades havia organizações assistenciais que nos ofereciam um abrigo para dormir à noite, como em Mumbai. Quando Balaram fugiu, ele morava em uma favela em Puri. Sua mãe bebia e batia em Balaram e em seus irmãos. – Meu pai morreu. Meu irmão mais velho mora na rua e minhas duas irmãs moram com um parente. Quando Balram vivia viajando de trem pela Índia, ele também começou a beber e experimentar diferentes tipos de drogas. – Eu cheirava, bebia álcool e fumava maconha e cigarro. Durante algum tempo, isso me fazia sentir melhor, especialmente quando eu estava sozinho e triste. Entretanto, eu sempre me sentia mal depois. Então, eu tinha que usar mais drogas. Isso se torna um ciclo vicioso. Na estação de Bhubanes-war, Balaram começou a freqüentar a escola de plataforma de Inderjit. Agora ele mora no lar infantil da Ruchika e vai à escola. – Sou feliz! Tenho um monte de amigos e gosto da escola e do lar infantil. Às vezes ainda me sinto tentado pelas drogas, porém não quero voltar àquela vida.

Swopna celebra o festival do balanço.

Em junho, quando o período das monções se aproxima, as meninas de Orissa celebram o festival do balanço. Essa é a primeira vez que Swopna tem a chance de brincar nos balanços. Élegal celebrar com todos os amigos do lar infantil, diz ela. Nós ajudamos a pendurar os balanços no jardim e enfeitamos as cordas com flores. Balançamos o mais alto possível, dançamos e cantamos. Os meninos também! Pintamos o rosto e fazemos tatuagens de henna nas mãos e nos pés. O festival do balanço existe para que as meninas possam se divertir e brincar, pelo menos durante alguns dias. No decorrer do ano, são elas que fazem o trabalho mais pesado, tanto em casa como no campo. Durante o festival, todas as meninas devem ganhar roupas novas e pelo menos três dias de férias. Todavia, durante os seis anos em que trabalhou como escrava, Swopna nunca teve folga e nem roupas novas para vestir ao balançar. As roupas que as crianças do lar infantil ganham não são totalmente novas. São roupas usadas que os ricos doam à Ruchika quando ficam pequenas para seus filhos. – Mas, para nós, elas são como novas, diz Swopna.

Veja mais

Todos os funcionários e crianças da Ruchika em frente ao novo prédio da organização.




Inderjit conversa com Rama, 12, que mora na favela próxima à estação ferroviária.














Saiba mais sobre "Inderjit Khurana"
No site:www.childrensworld.org
Entre e conheça os outros nomeados 2007!

Ameaçada por bandidos.

Aquele menininho foi o único aluno de Inderjit por um longo tempo. Todos os dias, muitos passageiros adultos perguntavam o que Inderjit estava fazendo. Alguns eram gentis, mas outros ficavam desconfiados e bravos. Algumas pessoas achavam que ela era uma missionária que queria converter as crianças ao cristianismo. Quando Inderjit dizia que desejava apenas dar uma educação às crianças, quase ninguém acreditava. Tinha que haver algo errado por trás daquilo. A polícia e os funcionários da ferroviária tentaram tirá-la de lá, e ela foi ameaçada por bandidos e traficantes. Às vezes, pais com raiva chegavam gritando e diziam que Inderjit impedia seus filhos de trabalharem. – Seus filhos têm o direito de ir à escola, dizia Inderjit. Se eles aprenderem a ler e a escrever, será bom para toda a família. Apesar de estar exausta e as vezes assustada, Inderjit não desistiu. Ela cantava, contava estórias e brincava com letras e números. A fama da escola de plataforma se espalhou. Depois de alguns meses, havia mais de 100 crianças na escola de plataforma de Inderjit! 4.500 crianças beneficiadas Desde então, a organização Ruchika de Inderjit cresceu muito. Hoje, eles atendem 4.500 crianças todos os anos, em escolas e projetos em estações ferroviárias e em favelas. A Ruchika administra desde creches a escolas profissionalizantes e programas sobre o HIV/AIDS. – No início foi muito difícil, lembra Inderjit. Agora temos mais apoio de políticos locais e da empresa ferroviária. Também aprendi muito nesses anos. Por exemplo, que as crianças estão tão desnutridas e fracas que precisamos lhes dar alimento e tratamento de saúde. Caso contrário, elas não têm energia para estudar. Inderjit quer oferecer ao maior número de crianças possível uma educação básica. Isso não significa apenas ser capaz de ler, mas também aprender sobre os direitos da criança. – Quero que as crianças saibam que realmente têm valor. E temos que chegar até elas cedo, antes que a situação delas esteja tão ruim, que não será mais possível resgatá-las.

Primeira escola de Plataforma.

Hoje, Giri tem 15 anos e é o melhor aluno bolsista em uma escola do governo. Ele mora em um orfanato administrado por Inderjit Khurana e sua organização, a Ruchika. Também foi Inderjit que iniciou a escola de plataforma e mudou a vida de Giri. Tudo começou há 20 anos. Inderjit tinha uma escola particular para crianças ricas em Bhubaneswar. Às vezes ela via crianças pobres paradas diante do portão da escola. Elas estavam sujas e vestiam trapos, mas olhavam com veemência os alunos de uniformes limpos e bem cuidados que brincavam no pátio. Elas próprias não tinham nem condições financeiras e nem tempo de ir à escola. Quando Inderjit pegava o trem na Estação Central, ela encontrava ainda mais crianças em idade escolar. – Por que você não está na escola, perguntou Inderjit a um garotinho que esfregava o chão em seu vagão. – Meu pai morreu e minha mãe não consegue se sustentar sem minha ajuda, explicou o menino. Inderjit sabia que muitos tentavam ajudar crianças pobres na Índia. Entretanto, a ajuda não alcançava as crianças mais pobres da estação. Elas têm que se adequar aos horários dos trens para sobreviver. No horário de pico e quando os grandes trens expressos chegam, as estações se enchem de pessoas. E nessas horas há dinheiro a ser ganho. Todas as crianças têm direito à educação, pensou Inderjit. Mas como essas crianças vão poder ir à escola? Ela só conseguiu encontrar uma solução: – Se as crianças não podem ir à escola, temos que levar a escola até elas. Preciso abrir uma escola na estação! 'Elas são sujas' Quando Inderjit contou sua idéia para a família, colegas de trabalho e amigos, eles ficaram assustados. – Não vá para a estação ferroviária, é perigosa e suja, disseram eles. Crianças de rua brigam e roubam! Elas podem lhe contaminar com doenças perigosas! No entanto, Inderjit estava decidida. Uma manhã, ela encheu duas sacolas de livros de figuras, brinquedos e giz e saiu. Apenas um dos professores de sua escola ousou ir junto. Inderjit desembrulhou suas coisas na plataforma e esperou nervosa. Um garotinho a observava curioso e cheio de desconfiança. – Você quer aprender a ler, chamou Indjerit. Depois de algum tempo, ele tomou coragem e foi até ela e a aula começou.

Aprenda a Comprimentar.

Como cumprimentar?
O modo mais comum de se cumprimentar e dizer até logo na Índia é juntar as palmas das mãos, colocando-as em frente ao rosto, inclinar um pouco a cabeça e dizer “namaskaar' ou “namaste'. Todavia, há diferenças, dependendo da religião e dos diversos grupos étnicos. Os muçulmanos, por exemplo, levantam a mão direita contra a testa e dizem “adaab' ou “salaam aleikum', cuja resposta é “walekum salaam'.

Por que Inderjit Khurana é nomeada?

Inderjit Khurana é nomeada para o WCPRC 2007 por sua luta pelo direito à educação das crianças mais pobres e vulneráveis. Ela abriu sua primeira escola de plataforma há 21 anos. Atualmente, sua organização, Ruchika, administra 12 escolas de plataforma, 6 creches, 75 escolas em favelas, 20 pré-escolas, projetos de prevenção ao HIV/AIDS, programas de bolsa de estudo para crianças carentes, 2 'escolas sobre rodas', cursos profissionalizantes e projetos de água potável na favela. Inderjit e a Ruchika também oferecem tratamento de saúde e serviço de ambulância para doentes graves. A Ruchika dispõe de dois telefones de auxílio para crianças e mulheres. Inderjit acredita que, se as crianças não podem ir à escola, a escola deve ir até elas. Ela e a Ruchika querem oferecer educação básica às crianças, para que fortaleçam sua auto-estima e tenham mais possibilidade de ter uma vida digna, sem pobreza, trabalho infantil e violência.

Conheça um pouco da história de "Inderjit Khurana"


Quando Giri tinha sete anos, ele fugiu do trabalho escravo como ajudante doméstico. Seu próprio pai o havia vendido para conseguir dinheiro para drogas e álcool. Aquela noite, Giri dormiu na estação ferroviária, sozinho e faminto. Hoje, graças a Inderjit Khurana, ele tem uma vida totalmente diferente.
Giri logo descobriu que muitas crianças moravam e trabalhavam na estação. Algumas mendigavam, outras catavam lixo ou engraxavam sapatos. Parte das crianças estava fugindo, exatamente como Giri. Outras moravam com suas famílias na favela próxima ao trilho do trem. Giri conheceu as crianças e elas lhe mostraram como sobreviver na estação. Era uma vida dura, mas Giri gostava de poder ir e vir como quisesse. Todavia, à noite, ele se sentia solitário e assustado. As crianças da estação geralmente eram espancadas, roubadas e, nos piores casos, violentadas. Muitas tomavam bebidas alcoólicas ou cheiravam benzina à noite, para conseguirem dormir mais facilmente. Giri e seus amigos raramente ficavam muito tempo em um único lugar. Eles viajavam de trem e trabalhavam por toda a Índia. Um dia, aos 9 anos, Giri, desceu do trem numa cidade chamada Bhubaneswar. Do meio da plataforma, ele avistou uma sala de aula estranha ao ar livre. As crianças estavam sentadas no chão e escreviam com giz em seus quadros. Durante toda a tarde, elas cantaram, dançaram e praticaram o alfabeto com seus professores, que ecoava por toda a estação. Giri sempre sonhou em poder ir à escola, porém, estava desconfiado. Será que isso era um truque para pegar as crianças e prendê-las? Entretanto, quando os professores começaram a distribuir comida, ele não resistiu.